Museu de Arqueologia e Instituto Humanitas Unicap promovem palestra sobre arqueologia para comunidade Férias no Museu da UNICAP - Unicap
Museu de Arqueologia e Instituto Humanitas Unicap promovem palestra sobre arqueologia para comunidade
O envolvimento da comunidade com as pesquisas arqueológicas foi o tema de uma palestra promovida, na noite desta quinta-feira (1º), pelo Museu de Arqueologia e Instituto Humanitas Unicap (IHU). O evento aconteceu no auditório Dom Helder Camara e teve como convidado o mexicano Pedro Jimenez Lara.
O pesquisador da Universidade Veracruzana apresentou o case de sucesso da região banhada pelo rio Papaloapan, localizada na área central do México. O projeto desenvolvido por Lara consiste em apresentar os resultados das investigações arqueológicas às comunidades de onde as peças foram retiradas para estudos.
“Normalmente o arqueólogo sai com os materiais e não volta para mostrar os resultados para a comunidade”, explicou ele. No entanto, mais do que mostrar os resultados, o projeto transformou a pesquisa em várias iniciativas que incluíram a comunidade de Tiacojalpan nos processos. De acordo com o arqueólogo, esse resgate cultural abrange diversas áreas.
A museografia reúne todos os aspectos culturais: música, artesanato, cursos para a comunidade sobre história e formação de guias turísticos. Também foram criados o Festival Cumbre y Expression de La Cuenca Xochiatsih, uma associação civil e um museu chamado Casa de Las Mariposas (em homenagem ao nome do rio que na língua nativa significa rio das borboletas). “Uma dessas rotas turísticas se chama Pueblos Mágicos del Papaloapan. É um tour que pode ser feito de barco ou de ônibus”, disse Lara.
As atividades duram o ano todo. Uma delas se tornou um dos maiores encontros internacionais de arqueologia. Toda essa diversidade cultural e turística foi desenvolvida ao longo de quase 20 anos. O local possui vários sítios arqueológicos e em algumas localidades sofre com as inundações que demandam o trabalho de arqueólogos subaquáticos. “Eles atuam com as mesmas técnicas da superfície, só que com equipamentos de mergulho”.
Ainda segundo as pesquisas, a ocupação humana da região data de 4.500 anos antes de Cristo. O local apresenta ruínas de pirâmides, material em cerâmica e outros objetos arqueológicos. A equipe do professor Jimenez Lara reconstituiu, a partir do crânio encontrado, a face de uma mulher que viveu ali entre 2000 e 2.500 anos atrás. “Trata-se de alguém que ocupou uma posição importante naquela sociedade”.
Durante a sua explanação, Jimenez falou sobre o legado deixado pela pesquisa na localidade. “A presença regional universitária é bastante significativa com um ampla produção acadêmica em licenciaturas, dissertações de mestrados e teses de doutorado. Criamos uma escola laboratório para formar novos pesquisadores”.
Ele ainda destacou o poder de transformação social que a arqueologia aliada ao turismo pode proporcionar. “Todos temos o direito a um vida melhor, ter um prato de comida quente na mesa todos os dias e esta é uma maneira de conseguir isso”.
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