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Live: PPGPSI lança e-book organizado por discentes do doutorado

Publicado Por: Mariano Vicente

Por Isabella Ferreira de Souza (estagiária)

Composto por textos que convergem na proposta de maior responsabilidade em relação às novas e emergentes subjetividades da sociedade, o e-book Psicologia Clínica nas interfaces com o social (clique aqui para baixar o livro) contará com live de lançamento marcada para o dia 16 de abril, às 9 horas, no canal oficial da UNICAP do YouTube.

O evento além de trazer uma conferência da doutora em Psicologia Clínica da PUC-SP,  Dra. Ana Lúcia Francisco, trará também discussões sobre a importância da compreensão da temática  com os pesquisadores que elaboraram os artigos que compõem a coletânea. 

Em uma entrevista, que você pode conferir logo abaixo, o doutorando e também um dos organizadores do e-book, Adriano Barros,  afirma que a iniciativa para a construção do ebook surgiu não só da necessidade dos discentes conseguirem dar vazão às suas produções como também  do entendimento de que “não é mais possível pensar uma psicologia clínica desconectada da realidade social, dos dramas sociais, das questões que a sociedade discute e precisa”.

Os trechos a seguir da entrevista com os 3 organizadores: Adriano Barros, Maria Augusta Soares e Rebeka da Silva, podem ajudar a compreender ainda mais o que a obra pretende abordar.

 

O que os levou a organizarem este livro sobre a interface da Psicologia clínica com o social? 

 

Rebeka Gomes (RG)

Essa iniciativa surgiu num contexto de preparação para os 20 anos do PPGPSI e terminou tomando uma cara própria como um projeto pioneiro, haja vista que é a primeira produção organizada pelo corpo discente.

Adriano Barros (AB)

[...] Era uma necessidade que as pessoas tinham. Se falava muito dessa questão da demora nas publicações quando lançava para as revistas, e eu disse: gente, vamos fazer um e-book, porque a gente tem a experiência de tanto entrar nessa ideia de um editor, quanto podermos ter textos publicados no próprio livro. Eu tinha participado de um e-book, já tinha experiência e Augusta também. Eu fui organizador não de um e-book, mas já tinha participado da organização de um livro físico, e a gente lançou pra turma essa ideia e ficou naquela, o pessoal aceitou a ideia, se empolgou, algumas pessoas começaram  a conversar sobre como seria, mas no fim das coisas quem assumiu mesmo, fui eu, Augusta e Rebeka. A partir daí, lançamos a ideia para o programa. [...] Para que esse livro tenha esse reconhecimento científico, ele não pode ser endógeno totalmente, ou seja, só pesquisadores do programa participando dele. Então, foi aberto para a comunidade acadêmica essa oportunidade, através do edital, e os textos começaram a chegar. À medida que foram chegando, nós direcionamos para o corpo de professores convidados tanto do programa, quanto de outras instituições. Lá no início, você vai ver que no corpo editorial, nós temos esse grupo de professores, de instituições do País inteiro, que participaram como avaliadores desses trabalhos. E aí surgiu, lá no final, quando a gente já estava na formatação, surgiu a ideia da gente fazer convite para colegas que estão em universidades fora do Brasil. Foi quando surgiu a oportunidade de termos contato com uma pesquisadora que está na Universidade de Salamanca, na Espanha, e outra pesquisadora, que está na Universidade da Cidade de Nova York.

Maria Augusta (MA)

[...] Quando Adriano fala, ele se refere a algo que temos a visão de hoje quando olhamos para trás: um resumo. Mas, até chegar em cada ponto deste resumo, foi um desbravamento, foi uma aventura, foi algo que a gente foi construindo assim, entre erros e acertos, e no final das contas, aproveitamos o acerto, não é? Então foi muito isso. Por isso também aquela expectativa de que se lançaria no aniversário dos vinte anos, ela não se cumpriu. Também até por uma questão de que não tínhamos experiência de que seria uma coisa custosa. Para ser bem feito, tinha que ser algo demorado. E realmente, vimos que valeu a pena adiar e valeu a pena que fosse mais demorado, pra poder sair mais bem feito e com toda essa abrangência que Adriano falou, tanto de pessoas do ambiente interno como pessoas de fora. E uma coisa também muito interessante desse e-book, como ele é um e-book do programa, do PPGPSI, ele conseguiu também ser um e-book que dialoga entre as várias áreas. Não é só psicanálise, não é só Fenomenologia, não é só a área de cognitivo comportamental , é um pouco de tudo e todos nesse enfoque do social. [...] Então acredito que essa experiência se tornou muito rica porque percebemos a riqueza do que tínhamos em mãos, isso também com alguns percalços no meio do caminho. Coisas que chegaram até nós e que tivemos que ver como melhorar, ou como não publicar certas coisas, porque para sair algo de qualidade, você tem que fazer um garimpo, fizemos isso. Tivemos que fazer essa garimpagem, de tentar ver o que era de uma qualidade melhor em termos das normas técnicas, tivemos esse cuidado.

 

Tendo em vista que é uma coletânea, como chegaram a essa temática "Psicologia clínica nas interfaces com o social"?  Qual o significado dela?

 

AB

Bem, eu vou falar a minha percepção. A minha é que existe uma responsabilidade política em todos os textos. Não é mais possível pensar uma psicologia clínica desconectada da realidade social, dos dramas sociais, das questões que a sociedade discute e precisa. Os novos sofrimentos, as novas formas de lidar com as questões institucionais de grupos, de políticas públicas, não é mais possível. Então, todos os textos, de uma forma ou de outra, trazem essa responsabilidade para com o social e compreender esse social, não só como essa super estrutura de "a sociedade", mas o social enquanto impregnado na perspectiva de construção da subjetividade. [...] Interface, na minha perspectiva, é uma interferência mútua, uma construção mútua. Eu não posso ter uma psicologia clínica que não dialogue, que não pense, que não viva esse social. Acho que é por aí.

MA

É a minha também. Só queria acrescentar uma coisa que eu acho que daí resulta aquilo que falamos: que toda temática ela é muito atual, são temas muito importantes. É a partir disso que Adriano falou, como há essa interface, essa interferência mútua, então os textos  irão refletir realmente problemas importantes e cruciais que a sociedade está vivendo [...].

 

Por que vocês acham que ocorreu essa sintonia entre as temáticas e seus textos no e-book?

 

(RG)

O tema terminou surgindo pelas próprias temáticas dos artigos que foram chegando, tendo em vista que cada artigo terminava tocando numa face de questões sociais que estamos vivendo na atualidade. Penso, em certo sentido, que nós desenhamos a sincronia a partir da nossa escuta também.

MA

[...] Eu acredito que o momento que vivemos, momento político-social, é um momento muito delicado. É um momento que a gente sabe no qual sabemos que  está tendo uma pandemia digamos assim, em termos mais abrangentes, de algo numa linha, num viés conservador, e num viés autoritário, num viés de retrocesso que gera uma reação. Então os textos, eles captaram as pessoas que estão procurando resistir, aquelas que estão procurando, de alguma maneira, sobreviver no meio desse caos e achar saídas para esse caos. Porque, sempre pensamos no problema do caos, mas vemos que ele também gera a reação e a resistência, e ele gera a organização de pessoas que querem respirar. Nós nos sufocamos, mas queremos respirar, então vamos atrás desse oxigênio. Buscamos e lutamos por ele. Então acredito que o livro refletiu isso.

AB

Me sinto contemplado na sua fala. Acredito que fazer ciência hoje, é um movimento de resistência. Fazer pesquisa, hoje, é um movimento de resistência. Até porque, antes da pandemia, inclusive alguns textos que são escritos nesse contexto de transição, entre o antes e durante a pandemia, nós tínhamos já uma crise política no país, nós tínhamos já uma crise social, uma crise econômica. Isso fez com que a academia, ela começasse a se voltar para esses temas, começasse a pensar sobre esses temas. E os textos, começaram a trazer essa influência desse paradigma que estamos vivendo, dessa crise que estamos vivendo, que abarca o ser humano nas suas mais diversas dimensões, na realidade do Brasil mais especificamente, mas também do mundo. Até porque a gente tem esse diálogo mais abrangente.

 

O que vocês esperam como resultado maior com a publicação deste livro?

 

MA

Acho que, o que esperamos é bem naquela linha que Adriano mencionou. Como é uma perspectiva da psicologia na qual acreditamos, que é essa perspectiva da psicologia clìnica que dialoga e tem essa interface com o social, nós esperamos que ele possa influenciar mais e mais pesquisadores, psicólogos e psicólogas a se abrirem para essas temáticas, para que atuem com essa preocupação política e social maior. Com esse olhar e engajamento, fazendo justamente essa vinculação, como nós temos falado aqui, que é o que o livro apresenta. 

AB

Acredito que segue nessa mesma linha a minha expectativa. Espero que o livro provoque isso, que ele possa afetar as pessoas de alguma forma. Que os textos cumpram com essa missão que a academia tem, de provocar a reflexão, a busca por conhecimento e principalmente, provocar essa continuidade da pesquisa. Porque, nenhuma pesquisa se fecha em si mesma, nenhum texto se fecha em si mesmo. Ele precisa estar aberto ao diálogo. Então, acredito que a expectativa é essa, que seja provocativo, que cumpra com essa função provocativa e crítica.

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