Publicado Por: Alessandro Douglas

Durante a pandemia do novo Coronavírus, o mundo teve que reinventar hábitos para se inserir novamente na sociedade devido ao distanciamento social. Porém, essas novas práticas exigem novas estruturas, e aparelhos, devido a tecnologia, e nem todos estão preparados.

No Brasil, um dos maiores problemas está na educação. Alunos de todas as idades tiveram que se submeter ao sistema de ensino remoto de forma inesperada, por meio de aparelhos tecnológicos. Além disto, é necessário ressaltar que 39% dos domicílios do país não têm uma forma que seja de acesso a internet, segundo o IBGE.

Diante deste cenário, o Ministério da Educação manteve as datas de realização do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), previstas para 1° e 8 de novembro, com o objetivo de não perder toda uma geração de profissionais futuros.

Os dados socioeconômicos do IBGE demonstram as desigualdades em que os brasileiros vivem, com oportunidades diferentes para quem tem acesso a internet e um lar estruturado. Além disso, ainda há a pressão psicológica decorrida do novo cenário mundial, onde os estudantes precisam lidar com o estudo, em meio a perda de parentes, amigos, desemprego na família, precauções com a doença em si e outros infortúnios trazidos pela Covid-19.

Em resposta a posição do MEC, foram realizadas diversas manifestações virtuais, algumas a favor e, a maioria, contrárias. Foram publicadas paródias do comercial do Enem 2020, além da criação da hastag #adiaenem, e abaixo-assinados pedindo pelo adiamento da prova. Foram inúmeras as mensagens de repúdio de artistas, profissionais de todas as áreas, e a sociedade em geral.

O Tribunal de Contas da União (TCU) pediu para o INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) se manifestar sobre o cronograma do ENEM 2020. Caso acate o Parecer Interno, o TCU tem poder para forçar o INEP a adiar as provas. O presidente Jair Bolsonaro afirmou nas redes sociais que o Enem pode ser adiado “um pouco”, mas permanecerá para este ano. Por outro lado, o ministro Gurgel Faria, do Superior Tribunal da Justiça (STJ), negou o pedido de entidades estudantis para adiamento das provas. Uma guerra de braços com um futuro incerto.

: INEP

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