Publicado Por: Alessandro Douglas

O Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ação Social (Cendhec) iniciou uma campanha para a proteção de crianças e adolescentes contra abusos durante o período de isolamento social, que visa a conscientização de crianças e familiares em comunidades do Recife.

A campanha “Escute Crianças e Adolescentes”, promovida pelo Cendhec com apoio financeiro da associação alemã Kindernothilfe (KNH), é uma ação emergencial em resposta ao aumento de casos de abusos físicos e sexuais contra crianças e adolescentes desde a chegada da pandemia no Brasil.

Segundo dados fornecidos pelo Cendhec, apenas em março, o número de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual já havia aumentado em 85% em relação ao ano passado. Em abril, o número de denúncias aumentou em 47% em relação ao mesmo período de 2019. Apesar da diminuição dos números ao longo dos meses, a ONG afirma que isso não significa uma diminuição nos casos, mas aponta uma diminuição de denúncias.

Em levantamento realizado pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, ao menos 73% dos casos de abuso acontecem dentro de casa, e 40% dos agressores são seus pais ou padrastos – o que, durante o isolamento social, apenas dificulta a identificação dos casos, as denúncias e a segurança das crianças.

“Sabemos que com necessárias medidas de isolamento social por conta da pandemia do novo coronavírus, e com o confinamento domiciliar, crianças e adolescentes estão sob risco ainda maior de sofrer violência física, sexual e psicológica. Desta forma, o Cendhec pensou em realizar uma campanha para deixar em alerta pais, mães, responsáveis, e toda sociedade para essa situação de vulnerabilidade”, disse a coordenadora geral do Cendhec, Vera Orange, em texto de apresentação da campanha, publicado no site oficial da ONG.

Ao longo do mês de novembro, a campanha “Escute Crianças e Adolescentes” realizará ações de conscientização em sete comunidades do Recife: Pina, Várzea, Nova Descoberta, Mustardinha, Mangueira, Torrões e Cardoso. As ações serão informadas nas redes sociais do Cendhec, onde a campanha já começa a acontecer.

 

TEXTO: Guilherme Anjos

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