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Aluna da Unicap recebe título de Notório Saber da UPE
Maria Lúcia Gomes dos Prazeres, 68 anos, é filha de uma benzedeira e de um trabalhador da antiga rede ferroviária do Recife que transformou o Morro da Conceição, Zona Norte da capital pernambucana, onde nasceu e vive, num espaço de aprendizado. Ela é uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado e construiu uma vida dedicada à luta contra o racismo estrutural e todas as formas de discriminação.
Mais que uma militante, Lúcia dos Prazeres é uma pedagoga por formação e, sobretudo, por vocação que desenvolveu uma metodologia de aprendizagem pela prática cultural. E esse encontro com a pedagogia surgiu de uma experiência pessoal: a maternidade. “Eu quis conhecer o caminho da Pedagogia para educar meus filhos e me encontrei”, conta ela que se formou pela Universidade Federal de Pernambuco depois de ser aprovada em outros três vestibulares diferentes: Engenharia Civil pela Unicap, Engenharia Elétrica pela antiga Fesp (hoje UPE) e em Matemática, pela UFPE.
O racismo que ela enfrentou a vida toda virou sinônimo de resistência. “Trabalhamos com as lideranças do Morro transformando o fazer em conteúdo e material acadêmico”, explica Lúcia que é aluna do Programa de Pós-graduação em Ciências da Religião da Unicap. Ela terminou o mestrado e está fazendo o doutorado, além de ser uma das colaboradoras do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas da Católica (Neabi).
A dissertação dela fez um estudo sobre as narrativas das lideranças femininas, identificando relações entre dança, música, vivência, espiritualidade e o sagrado. A pesquisa analisou o Afoxé Alafin Oyó, Bloco Afro Raízes de Quilombo e o Maracatu Leão Coroado. Esse trânsito entre os saberes popular e acadêmico vai lhe render o título de Notório Saber pela Universidade de Pernambuco. A solenidade vai acontecer nesta quinta-feira (12), às 9h, com transmissão pelo Youtube da UPE.
“Estou muito emocionada porque o Morro da Conceição é a minha escola, espaço de aprendizagem que respeita minha negritude”, pontua Lúcia. E essa questão está intimamente ligada à ancestralidade. “Contar a história dos mais velhos é algo que faço desde criança”.
Ela conta com orgulho que seus pais sempre acreditaram no poder transformador da educação. “Todo mundo lá em casa fez escola técnica, menos a mais velha que fez Medicina. O ensino técnico era uma maneira de ter uma profissão e ter uma vida digna”. Esse ‘fazer’ Medicina e escola técnica inclui um esforço hercúleo da família. Lúcia e os irmãos percorriam o trajeto de casa à sala de aula a pé, andavam quilômetros e quilômetros. Uma caminhada longa “que fazia a gente acreditar e conseguir bolsa”.
São essas vivências que construíram a busca pelo reconhecimento da identidade negra, a memória racial. “Meu pai ficou órfão de pai aos três anos e perdeu mãe aos nove. Foi dado para ser criado a um padrinho que morreu quando ele tinha 14 anos. Prestes a falecer, esse padrinho pediu que ele prometesse que a madrinha não passaria fome e ele prometeu. Aceitou lavar os banheiros da empresa ferroviária em troca de gorjetas, não era nem emprego. Mas ele era uma pessoa muito querida e foi crescendo lá (na empresa Great Western, antecessora da Rede Ferroviária Federal S.A - RFFSA) onde trabalhou 42 anos”.
De acordo com Lúcia, ela é a primeira da família a fazer doutorado de uma árvore genealógica entre 120 e 130 pessoas. “Eu não tinha habilidade de pesquisa, nem pensava em fazer mestrado. Eu queria melhorar uma proposta e fui procurar Gilbraz (Gilbraz Aragão foi o orientador no mestrado) até que ele me sugeriu transformar o material num projeto de pesquisa”, conta.
Para ser indicada ao título de Notório Saber, Lúcia dos Prazeres precisava de duas ou três cartas de recomendação. Recebeu 35 de personalidades, autoridades, entidades e instituições. “Não esperava isso de jeito nenhum”, diz a fundadora do projeto Terça Negra que vai viver uma quinta histórica.
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