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Em terra de Tik Tok quem faz dancinha é rei

Publicado Por: Sérgio Wanderley

Em terra de Tik Tok quem faz dancinha é rei

Da dancinha às receitas, passando por memes, informação e celebridades, o TikTok alcançou em 2021 a marca de 2 bilhões de usuários em todo mundo. A rede social foca na produção e compartilhamento de vídeos curtos e não exige do usuário conhecimentos prévios de edição. Seu principal público é a chamada Geração Z, ou seja, jovens a partir dos 13 anos. A pandemia da Covid-19 provocou o aumento do uso de aparelhos eletrônicos, o que influenciou no crescimento da rede social e, no pico da pandemia, em abril de 2020, foram 1 bilhão de instalações em todo o mundo. 

O app e rede social musical surgiu em 2014, desenvolvida pela companhia chinesa musical.ly Inc., com o nome de Musical.ly. A troca de nome para Tik Tok aconteceu em agosto de 2018, quando a ByteDance que havia comprado a Musical.ly Inc. em 2017, decidiu mesclar as funções do Tik Tok e do Musical.ly em um aplicativo único, que manteve o nome do primeiro. O foco continuou sendo a produção de conteúdos voltados à música, em clipes de 15 a 60 segundos com uma grande opção de músicas em seu catálogo. Em seus três primeiros anos, a rede conquistou estabilidade de público, mas foi em 2020 que se tornou uma febre entre jovens a partir dos 13 anos, alcançando o primeiro lugar em downloads entre os aplicativos de redes sociais, de acordo com a plataforma App Annie, que reúne dados do consumidor e estimativas de mercado.

Matéria publicada no CanalTech  revela que o TikTok foi o aplicativo mais baixado em 2021 e também o mais rentável em todo o mundo. A matéria, baseada no relatório da Sensor Tower informa que a rede social chinesa conseguiu arrecadar US$ 2 bilhões (mais de R$ 11 bilhões) nos primeiros 11 meses do ano. Isso a colocou à frente do YouTube, Piccoma, Tinder e Disney +. 

Os vídeos de até 60 segundos focam na velocidade de informação, enquanto outras redes de vídeos priorizam conteúdos com maior duração. O app ficou tão popular que até outras redes criaram suas versões do TikTok, como o Instagram com o Reels e o YouTube com o Shorts. Assim como as demais redes, o algoritmo do TikTok vai personalizando a entrega de conteúdos, sugerindo vídeos de interesse do usuário com base em seus seguidores e interações nas publicações. O menu “Descobrir” mostra as hashtags mais populares, o que facilita que vídeos de pessoas famosas (ou não) sejam encontrados. O que provoca uma imersão que pode durar horas.

Muito além do entretenimento, o TikTok está inserido no que se chama de economia da atenção. De acordo com a pesquisadora Ana Bentes, em entrevista publicada no jornal O Globo e reproduzida no site da Rede Latino-Americana de Estudos sobre Vigilância, Tecnologia e Sociedade, Lavits, “Todas as redes sociais funcionam hoje sob uma lógica do que vem sendo chamado de Economia da Atenção, que envolve uma disputa econômica pela atenção nesse contexto marcado por um excesso de informações e de conteúdos. Nas redes sociais, essa lógica de disputa pela atenção atravessa dois níveis: o primeiro é a disputa entre as  próprias empresas e plataformas, que concorrem entre si pelo tempo e atenção dos usuários e também com nossas outras atividades”. Segundo ela, há ainda um segundo nível de disputa que acontece entre os próprios usuários, na busca por mais seguidores, engajamento visualizações. “Nesse nível, é preciso considerar que uma série de fatores culturais, sociais, tecnológicos, históricos, entre outros, vieram transformando nas últimas décadas nossa subjetividade. E o regime de subjetividade e as formas culturais que se consolidaram valorizam, cada vez mais, a visibilidade: quanto mais alguém é visível, é mais admirado, é mais bem-sucedido etc. Então, ser objeto da atenção do outro é muito importante e isso nutre um modo de agir socialmente que é mediado pelas plataformas”.

Além disso, há pesquisas sobre os danos à saúde de crianças e adolescentes. Em uma entrevista ao jornal Estado de São Paulo, a coordenadora do grupo de trabalho de Saúde Digital da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Evelyn Eisenstein destacou que "Na época em que se ia ao cinema, eram duas horas de filme. As pessoas saíam e iam conversar sobre o filme. Hoje, a aceleração, a rapidez da imagem é tal que essas crianças têm tecnoestresse, exaustão de imagem e por isso não se concentram”. A fala da coordenadora reforça a preocupação com o vício na rapidez que o TikTok está criando nos jovens, o conteúdo mais veloz possui um apelo maior e isso vem desconcentrando a juventude que espera a informação fácil e rápida. 

Outro problema enfrentado pela rede é o conteúdo impróprio para crianças. Apesar de só permitir a criação de contas por pessoas a partir dos 13 anos, muitas criam contas informando idades falsas ou recebem a conta de pais ou responsáveis. A gerência do aplicativo afirma possuir mecanismos para evitar conteúdos impróprios e violentos, o que nem sempre acontece, principalmente entre criadores famosos.  É comum encontrar um gênero de vídeo denominado “Thirst Traps”. Ele consiste em se auto sexualizar com o objetivo de receber curtidas e visualizações e esse conteúdo está disponível para todos verem e até recriarem em vídeos similares, incluindo crianças e pré-adolescentes sem supervisão. A diferença de tratamento é percebida ainda quando se tratam de pessoas LGBTQI+, negroas ou gordoas. Em 2020, de acordo com a matéria do jornal britânico The Guardian, foram encontrados mais de 800 usuários com idades entre 16 e 24 anos que divulgavam vídeos promovendo ações nocivas à saúde. Grande parte desse conteúdo ia para pessoas que buscavam perder peso.

O TikTok se tornou uma grande rede e, hoje, além dos números impressionantes, a rede tem sido observada por pesquisadores em diversas áreas. No debate, ações mais seguras para os usuários, favoritismo para criadores famosos, discriminação, racismo, danos à saúde, entre outras temáticas. Nossa atenção é, há muito, alvo de disputa. 

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