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Artigo debate evolução estética e moral nas HQs da Turma da Mônica

Publicado Por: Mariano Vicente

Por Gabriela Agra

Criada pelo quadrinista Maurício de Sousa, a Turma da Mônica destaca-se hoje como a história em quadrinhos mais popular no país. Já são mais de 1 bilhão de gibis publicados. A popularidade é tanta que hoje o quadrinista conta com uma equipe própria de funcionários, incluindo  roteiristas,  desenhistas  e  arte-finalistas, e esses profissionais precisam seguir um manual de boas práticas. Mas até onde essa prescrição de regras pode impactar a originalidade e a qualidade das obras publicadas?

É justamente sobre isso que discute o artigo “Os traços das novas gerações: prós e contras da regulamentação das ditas ‘boas práticas’ na literatura nacional das histórias em quadrinhos” do mestrando em Indústrias Criativas pela Unicap, Rodrigo Paiva. O trabalho foi publicado na revista Brazilian Creative Industries Journal e tem co-autoria dos professores do mestrado Dario Brito e Anthony Lins.

“A Turma da Mônica passou por uma série de evoluções estéticas e morais no decorrer de décadas, que acompanham as transições do que é ou não aceito em sociedade”, afirma Rodrigo. Ele destaca que, mesmo confidencial, a existência de um manual oficial de boas práticas é conhecida, pois este mantém-se explícito em entrevistas, em reportagens, na própria biografia de Mauricio de Sousa e, principalmente, na percepção do leitor de longa data.

No entanto, os dados oficiais a respeito da prescrição de tais práticas aos profissionais responsáveis pelas histórias em quadrinhos nacionais ainda são escassos. A partir dessa percepção, a pesquisa investiga a evolução desse processo na empresa Mauricio de Sousa Produções (MSP), assim como suas necessidades, evoluções e significâncias. O artigo inclui uma análise textual e imagética das revistas da Turma da Mônica, buscando compreender as influências que corroboram com a evolução dos valores estéticos e morais da obra, em paralelo com a progressão das técnicas de produção gráfica nas últimas décadas.

“A normatização de processos criativos, mesmo que carregada de boas intenções atreladas à empatia, solidariedade e respeito, pode significar um empecilho no trabalho de qualquer profissional que opera com construção e exposição de ideias. A ausência de uma linha tênue inquestionável e universalmente concedida de até onde um discurso é adequado ao público infanto-juvenil segue polêmica na atualidade”, pontua o mestrando.

A valorização de temáticas inclusivas, como ideais de empatia e empoderamento feminino, segundo Rodrigo, “definitivamente soa como uma mudança válida e positiva, inclusive no contexto da representatividade, se não fosse o desgaste criativo que lhe acompanha. A dificuldade de ajustar velhas histórias de forma orgânica e a desnecessária sobreposição de bons exemplos à qualidade do produto terminam por estimular novas polêmicas ao invés de evitá-las”. Além disso, no trabalho também é apontado que a inclusão social presente no código não significa necessariamente a naturalização de questões como a representação LGBTQIA+ entre os personagens, por exemplo.

Para efeitos de comparação, o trabalho também inclui uma entrevista autoral com o roteirista Alexandre Winck, da extinta revista Sesinho e Sua Turma. Os cases levantados no artigo integram um recorte inicial da dissertação "Os donos da rua: representatividade racial e as transformações do protagonismo negro no universo turma da Mônica”, que será disponibilizada para público em breve. Para ler o artigo completo, é só clicar aqui.

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