Profª Karina Vasconcelos participa das comemorações dos 200 anos do TJPE e dos 195 anos da criação dos cursos jurídicos no Brasil

A diretora da Escola de Ciências Juridicas da Unicap, Karina Vasconcelos, participou nesta quarta-feira (11) das comemorações dos 200 anos do Tribunal de Justiça de Pernambuco e dos 195 anos da criação dos cursos jurídicos no Brasil. A solenidade foi realizada no Mosteiro de São Bento, em Olinda. Na ocasião, houve visitação à sala onde foi ministrada a primeira aula de Direito do país. Houve também homenagem aos 100 anos do desembargador João David de Souza Filho e a entrega do Grão Colar de Alta Distinção da Medalha do Mérito Judiciário Desembargador Nunes Machado a várias autoridades. A programação contou ainda com palestra do Prof Dr Marcelo Casseb. A professora Karina fez um discurso ressaltando a contribuição do curso de Ciências Juridicas da Unicap para a formação do corpo jurídico de Pernambuco ao longo dos seus 60 anos. “A Escola de Ciências Juridicas da Unicap, com base numa formação humanista, orientada pelo amor cristão, acolhedora da diversidade, solidária com todas as necessidades da comunidade, advogada das causas democráticas, esteio formativo profissional para os enfrentamentos dos desafios do século 21, impulsionadora da inovação em suas dimensão social e tecnológica, curadora de uma esperança disruptiva, auspiciosa de uma Justiça socioambiental fundamentada na concepção da Causa Comum que nos envolve a todos pela afetiva amizade social, se coloca ao lado do TJPE para projetar os próximos 200 anos, preparando profissionais colaboradores com o acesso de todos à justiça para que o Direito venha sim repatriado para a Justiça e uma sociedade justa, livre e solidária possa sair das páginas da nossa Constituição para o lugar do dia a dia”, declarou.

Confira o discurso na íntegra proferido pela Profª Karina Vasconcelos
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COMEMORAÇÃO DOS 200 ANOS DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE PERNAMBUCO

Karina Vasconcelos

Bom dia a todas e todos aqui presentes!

Em nome do Presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco, o Desembargador LUIZ CARLOS DE BARROS FIGUEIRÊDO, cumprimento todos aqueles que compõem a alma que anima esta instituição e, em nome do Professor Magistrado ou do Magistrado Professor Alexandre Pimentel eu cumprimento todos aqueles que fazem do TJPE uma extensão da Universidade Católica de Pernambuco, fortalecendo essa importante integração entre os saberes que tanto colabora para o desenvolvimento de competências e habilidades de nossos discentes e egressos.

Há 60 anos, o curso de Direito da CATÓLICA vem colaborando para a formação do corpo jurídico do Estado de Pernambuco, coração de seu campus, de onde irradia uma continuada formação para a região nordeste e daqui para o cenário nacional. De forma honrosa, cordial, crítica, mas sobretudo colaborativa com essa integração entre o Judiciário e a Universidade, trazemos uma breve reflexão sobre o aniversário de 200 anos e o projeto dos próximos 200 anos do Tribunal de Justiça de Pernambuco.

Há muito mais de 200 anos nos perguntamos sobre o Direito e sobre a Justiça. Tantas respostas, quantas outras perguntas, indagações, questionamentos, debates, teorias nesses mais de 200 anos... Afinal de contas o Direito conduz à Justiça? A justiça está no meio, a justiça é o fim. Seria a justiça uma virtude, como pensava Aristóteles? Como a virtude está no meio, o contrário de justiça não é injustiça. A injustiça está no polo de carência da justiça; a justiça está no meio, assim como toda virtude; logo, o extremo oposto da injustiça não é a justiça. E o que seria? A felicidade!

Em 200 anos do Tribunal de Justiça quanta injustiça foi convertida em felicidade? Quanta injustiça se perdeu na confusão com a vingança? Como o Direito se comportou com a Justiça? Conduzindo a sociedade para a felicidade? A justiça tem sido o pilar, o rumo e o sentido do Direito nesses 200 anos? Como nos prepararemos para os próximos 200 anos? Aceitando a vã alusão ao Direito apartado da Justiça e permitindo a prática de tantos juristas antagônicos da Justiça ou tomaremos a direção do repatriamento do Direito para a Justiça, formando juristas para promoção da felicidade, verdadeira finalidade da justiça?!

A Escola de Ciências Jurídicas da Universidade Católica de Pernambuco, com base numa formação humanista, orientada pelo amor cristão, acolhedora da diversidade, solidária com todas as necessidades da comunidade, advogada das causas democráticas, esteio formativo profissional para os enfrentamentos dos desafios do século XXI, impulsionadora da inovação em suas dimensões social e tecnológica, curadora de uma esperança disruptiva, auspiciosa de uma justiça socioambiental, fundamentada na concepção de Casa Comum que nos envolve a todos pela afetiva Amizade Social, se coloca ao lado do Tribunal de Justiça para projetar os próximos 200 anos, preparando profissionais colaboradores com o acesso de todos à justiça para que o Direito venha sim repatriado para a Justiça e uma sociedade justa, livre e solidária possa sair das páginas da nossa Constituição Federal para o lugar do dia a dia.

Se a projeção consciente de um futuro está atrelada a uma reconciliação com o passado, como já dizia François Ost em “O tempo do Direito”, que o Tribunal de Justiça de Pernambuco projete seus 200 anos inspirado na promoção da felicidade que se reconhece quando cada antagonista no litígio pelo direito tem sua dor acolhida e transformada pela experiência catártica de saída da crise e conquista do consenso, do sentir comum, mudando o olhar sobre si, sobre o outro, sobre o vivido, momento em que há o encontro com a dignidade, não a anterior ao conflito, mas a resultante do processo mediado pela justiça.

MUITO OBRIGADA!

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32

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