Encontro Brasileiro de Urbanismo Social discute projetos urbanos integrados

As Cidades e os Projetos Urbanos Integrados foram tema da segunda mesa da tarde desta quinta-feira (11) e que fez parte da programação do Encontro Brasileiro de Urbanismo Social. Especialistas se reuniram no auditório G1 para falar sobre cases que estão ajudando a transformar a vida em algumas cidades brasileiras.

A coordenadora do Instituto Cidades Sustentáveis no Brasil, Zuleica Goulart, apresentou o programa que é pautado pelo combate às desigualdades e às mudanças climáticas. De acordo com ela, “tem a ver com o entender, transformar, avaliar e reconhecer as cidades”.

Norteado pela Agenda 20-30 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), o programa está organizado em dez módulos disponíveis em uma plataforma a qual as cidades signatárias têm acesso. Zuleica mostrou índices organizados por média, bioma e estado.

A especialista foi uma das que enfatizou a importância do território na hora de formular as políticas públicas. “O planejamento do território de forma integrada deve considerar uma execução orçamentária que garanta investimentos nas políticas públicas previstas em lei, bem como nos planos, programas e projetos a serem implantados nos diversos setores de atuação da gestão municipal”.

Um exemplo prático dessa política pública pode ser conferida durante a apresentação da coordenadora do Programa Mesquita do Amanhã, Fabiana Loiola. A cidade localizada a 40km do Rio de Janeiro, na Baixada Fluminense, vem passando por intervenções que estão ajudando a melhorar a qualidade de vida da população.

Melhorias habitacionais, regularização fundiária, geração de emprego e renda, implantação de equipamentos públicos, locação social são algumas dessas ações. Citando o consultor colombiano Jorge Melguizo, ela reafirmou “a lógica de fazer tudo ao mesmo tempo no mesmo lugar”.

A roda de conversa teve ainda a participação da representante da Global Design Cities Initiative (GDCI), Beatriz Rodrigues. A GDCI é uma organização que atua na transformação de ruas para melhorar a segurança viária, acesso, escolhas de mobilidade e qualidade dos espaços públicos. “Plataforma para diversas atividades acontecerem”, disse ela ao explicar como a GDCI percebe o potencial das ruas.

Beatriz explicou que as cidades foram desenhadas priorizando os veículos automotores, o que contribui para as mortes no trânsito, visto que a segurança dos pedestres fica em segundo plano. “As mortes no trânsito são preveníveis”. As intervenções como ampliação de calçadas, diminuição das faixas de carros, maiores áreas de convívio em rotatórias e esquinas são algumas das ações do GDCI.

Ela mostrou imagens de transformações de ruas em Milão e aqui no Recife, como a Rua da Palma, o que reduziu em 85% os acidentes com pedestres, em Jardim Monteverde, no limite com Jaboatão dos Guararapes.