Sinodalidade a partir da Sagrada Escritura e da Tradição é tema de palestra na Unicap

O curso de Graduação em Teologia e o Programa de Pós-graduação em Teologia da Escola de Educação e Humanidades da Unicap, em conjunto com o Instituto Humanitas, realizou na tarde desta quarta-feira, dia 20 de abril, no Auditório Pe. José de Anchieta (G1), a palestra “Sinodalidade a partir da Sagrada Escritura e da Tradição”, proferida pelo Prof. Dr. Pe. Waldecir Gonzaga, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC-Rio.

Participaram, também, do evento o Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Olinda e Recife - AOR, Dom Limacêdo Silva; o coordenador da Pastoral da AOR, Pe. Josenildo Tavares; o Reitor do Santuário de N.Sra. de Fátima, Padre Antônio Motta; o Pró-reitor Comunitário e de Extensão, Prof. Dr. Pe. Delmar Cardoso; o Pró-reitor de Graduação, Prof. Dr. Degislando Nóbrega; o Diretor da Escola de Educação e Humanidades, Prof. Dr. Danilo Vaz-Curado; a Coordenadora do PPGTEO, Profª. Drª. Rita Gomes; o Coordenador da Graduação em Teologia, Prof. Dr. Sérgio Sezino; o Coordenador do Programa de Pós-graduação em Filosofia, Prof. Dr. Gerson Arruda; professores e alunos das Graduações e Pós-graduações em Teologia e Filosofia da Unicap.

Em sua palestra, intitulada “Sinodalidade a partir da Sagrada Escritura e da Tradição”, o Prof. Dr. Pe. Waldecir Gonzaga, da PUC-Rio, abordou o aspecto sinodal, no Antigo e no Novo Testamento. A ideia da assembleia, do Karl Hall, no Antigo Testamento e no Novo Testamento, a ideia de Eclesia. Falou também como os padres da Igreja, nos primeiros séculos, foram vivenciando essa Sinodalidade. 

O termo sinodalidade vem da palavra sínodo, que significa caminhar juntos. A Igreja tem como instrumentos de sinodalidade o Conselho Pastoral Paroquial, o Conselho Econômico, o Conselho Pastoral Arquidiocesano, o Conselho Presbiteral, onde são escutados todos os integrantes.

“Vamos lembrar, que nos Atos dos Apóstolos, no capítulo 15, tem a Assembleia de Jerusalém ou, como alguns preferem chamar, o Concílio de Jerusalém. Então, como que a Igreja, depois dos apóstolos, foi vivenciando até que chegássemos, por exemplo, ao Concílio do Vaticano II, há 60 anos, e nós pudéssemos ter ali toda a trajetória, até então, da experiência da Igreja da Sinodalidade. Lembro, por exemplo, que Paulo VI criou o Sínodo dos Bispos e, desde que ele criou, nós já tivemos 14 assembleias sinodais”, destacou padre Waldecir Gonzaga.          

Questionado por nossa reportagem sobre a importância de apresentar essa temática para turmas de Teologia e Filosofia, que formarão os futuros presbíteros e lideranças pastorais, o palestrante ressaltou que “o valor maior é que nós entendamos que a Sagrada Escritura e a Tradição são base para a construção, não apenas da fé, que vai sendo vivenciada ao longo dos séculos, mas da construção do viver da Igreja. É óbvio que tem uma experiência fundamental, porque ali está o sulco, digamos assim, da colegialidade, da sinodalidade, mas também está a base sobre a qual nós precisamos nos pautar para construir o caminhar juntos na Igreja hoje, construindo, é óbvio, a unidade a partir da diversidade”.

O Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Olinda e Recife - AOR, Dom Limacêdo Silva, destacou a motivação desse encontro. “Estamos vivendo em um mundo muito polarizado, em um mundo necessitado de diálogo e de entendimento. Então falar de sinodalidade é falar dessa necessidade de ouvir, da gente acolher as pessoas, de se confrontar com o diferente e ver aquilo que nos une. É muito importante relembrar que a Igreja nasce nessa perspectiva de comunhão. Então, todo percurso da Igreja, o Sínodo dos Bispos, na época de Paulo VI, toda a preocupação do Papa Francisco em convidar o mundo para celebrar a sinodalidade, já tendo exercido isso sobre a Amazônia, quando escreveu ‘Querida Amazônia’ e em outros momentos quando ele fez uma avaliação sobre o comportamento da humanidade sobre a ecologia. Então, o Papa Francisco está buscando levar as pessoas a se encontrarem.” 

“A sinodalidade quer nos levar a encontrar com nossa vocação de olharmos, ouvirmos, aprendermos e, também, confrontarmos com aquilo que nós pensamos. Oxalá, esse debate aqui, possa sensibilizar os seminaristas a crescerem nesse compromisso, porque na paróquia, na base da Igreja, precisamos exercitar isso, a participação para viver a comunhão e viver a missão”, explicou Dom Limacêdo.

O coordenador da Pastoral da AOR, Pe. Josenildo Tavares, destaca a importância do tema do encontro. “Esta palestra traz um bem muito grande para a nossa Arquidiocese, para o Regional. É um tema, não somente da atualidade, mas um tema urgente, porque sinodalidade, mais do que a etnologia, caminhar juntos, é um estilo de Igreja e é isso que o Papa tem desejado. Se nós queremos uma Igreja em saída, às periferias, não há outra compreensão que não venha dessa lógica da sinodalidade, de escutar, de dialogar, respeitar. Eu creio que esta preocupação está no coração do Papa Francisco, que padres, missionários, lideranças religiosas que tenham a capacidade de abertura, mais que o horizonte eclesial,  retornem ao espírito original do Vaticano II. É o desejo do Papa Francisco.”