Livro ensina metodologia para rezar - Unicap
Livro ensina metodologia para rezar
Na tarde desta quinta-feira (11), o hall do bloco G da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) foi cenário do lançamento do livro “Uma Palavra nos Basta”, escrito pelo Secretário para Colaboração, Fé e Espiritualidade da Província do Brasil, Padre José Laércio de Lima. O evento, promovido pela Unicap em parceria com o Instituto Humanitas e a Fundação Antônio dos Santos Abranches (Fasa), contou com uma roda de diálogo mediada pelo Pró-reitor Comunitário e de Extensão, Padre Delmar Cardoso. A abertura teve uma apresentação especial de chorinho, preparada pelos músicos Percy Marques e Mateus Santos, integrantes do MPB Unicap.
O livro é uma oportunidade para se aprender a rezar com o mestre da nossa fé, o próprio Cristo. Os textos constantes da publicação são meditações, a partir do texto bíblico, sobre a vida e o cotidiano. É um verdadeiro instrumento para a oração e para quem quer se aprofundar em sua vida espiritual. A proposta do livro é olhar para a vida de Jesus e ver como sua atuação é amorosa e salvífica.
Padre Laércio explicou que a obra procura apresentar um método que ajude as pessoas a rezarem. “Se tem método, ajuda as pessoas a rezar, é por conta da dispersão, de todo o cansaço do momento atual, de toda a falta de foco e de tantas espiritualidades que conhecemos. É importante que nós saibamos o que oferecemos e como oferecemos. Então, eu diria, é um livro para rezar e que nos dá o método para ajudar a oração”.
O jesuíta relaciona a obra à pedagogia inaciana. “Não é um livro sobre os exercícios espirituais, mas é um livro inaciano. Por quê? Porque justamente nos pede para que na oração, no encontro com Jesus, encontremos a palavra central, a palavra principal. Aquilo que é essencial, aquilo que aponta de fato que é fruto das moções. Então eu diria que a inacianidade deste livro passa pelo método e pela capacidade que ele vai nos dando de a gente buscar o que é essencial. A última coisa que você faz no livro é isso, anotar a palavra para o seu dia, ou fruto principal daquela oração".
O livro também se relaciona com as preferências adotadas pela Companhia de Jesus, entre elas a apostólica. “Especialmente essa primeira preferência, mas também eu diria a preferência com o trabalho com a juventude. A preferência apostólica é transversal. A juventude sendo preferência, vai falar justamente dessa oportunidade que a gente tem de aprender com a vida no cotidiano e os jovens têm muita coisa a nos ensinar. O projeto de vida é fundamental na espiritualidade inaciana. Então, o Programa Magis do Brasil tem nos ajudado muito a formar lideranças a partir da espiritualidade inaciana para forjar e formar uma juventude nessa escolha da vida. Então, se a espiritualidade pode ajudar em algo a juventude, é ajudar a encontrar o caminho do projeto de vida”.
O livro também aborda a sinodalidade, que pode ser resumida na escuta do outro. “Para mim, é um dos pontos centrais do pontificado de Francisco e que eu diria o que está por trás é justamente a espiritualidade inaciana. É claro que o tema vem e bate como segundo, mas ele valoriza muito a conversação espiritual. A escuta da pessoa e a escuta de si mesma. O que se passa dentro? O que trago dentro de mim? Então, quando a gente faz esse processo de escuta, quando a gente faz esse processo de escolher estar na presença da outra pessoa por inteiro, isso, a sinodalidade vai acontecer por isso, porque ela não vai reter nada para si, mas ela quer expandir, ela quer avançar. Então, o livro, como é um livro para a oração, uma metodologia inaciana, vai também nos ajudar a exercitar a escuta, fazer a experiência da escuta”.
Em outro trecho da obra, o autor aborda a amizade com Jesus. “A amizade significa essa proximidade, eu saber que não estou só. No processo de escrita do livro, eu pensava nesse público, justamente, que às vezes está nos bancos das nossas igrejas, mas que não tem intimidade. Tem intimidade com a liturgia, tem intimidade com alguns textos, tem intimidade com algumas normas da Igreja, mas não tem intimidade com o centro da Igreja que é Cristo, o Evangelho. Então, a ideia era esta, casar um pouco de Evangelho, um pouco de contemplação, então ajuda a refazer a cena, alguns pontos para considerar, algumas perguntas, alguns pontos para meditar e fazer a sua revisão da oração. Então, para mim, a amizade com Jesus é isso. Eu estar tão perto, tão perto, tão íntimo, que logo eu começo a ampliar. E abrir o meu horizonte do que é a oração, de quem é Jesus, do que é a Igreja, do que é a fé. Então, é uma proposta para a gente ampliar o olhar. Não é para criar bolha, é para furar a bolha. É para eu perceber como tudo está nele, como ele está em tudo. Quando falo em amizade com Jesus, é andar com ele vida a vida, senti-lo, experimentá-lo, tocá-lo”.
Sobre o autor - Natural de Vitória de Santo Antão (PE), Padre José Laércio ingressou na Companhia de Jesus em 1997 e foi ordenado sacerdote em 6 de julho de 2008. É mestre em Espiritualidade pela PUC e bacharel em Filosofia e Teologia pela FAJE. Entre as atividades desempenhadas na Companhia de Jesus, destacam-se a de administrador da Comunidade Vocacional O Peregrino, em Fortaleza (CE), administrador da Igreja Santo Antônio de Pádua, em Iconha (ES), e a de vice-superior da Residência Dom Helder Câmara, em Fortaleza.
