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Unicap promove ato público no Dia Internacional dos Direitos Humanos para combater feminicídio e violência de gênero

Unicap promove ato público no Dia Internacional dos Direitos Humanos para combater feminicídio e violência de gênero
Na noite do dia 10 de dezembro, data em que se celebra o Dia Internacional dos Direitos Humanos — instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em homenagem à Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada em 1948 como um marco para a dignidade, liberdade e igualdade de todas as pessoas no mundo — a Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) realizou um ato público em frente à sua Capela, unindo reflexão e memória no combate à violência de gênero.
O evento, que reuniu professoras e professores, gestoras e gestores, estudantes e funcionárias e funcionários da instituição, foi dedicado especialmente à luta contra o feminicídio, e simbolizado pela instalação de um banco vermelho com o nome da ex-aluna de Direito, Izaelma Cavalcante Tavares, vítima desse crime cometido pelo ex-marido.
A professora Valdenice José Raimundo, uma das coordenadoras do Núcleo Unicap de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas (Neabi), setor que esteve à frente da articulação do ato junto com o Instituto Humanitas Unicap, iniciou sua participação com dados que, segundo ONU Mulher Brasil e o escritório das Nações Unidas sobre drogas e crime, revelam que “uma menina ou mulher é morta por um parceiro íntimo ou membro da família a cada dez minutos no mundo”.
Em 2024, esse total foi estimado em 50.000 mulheres e meninas mortas por parceiros íntimos ou familiares”. Valdenice sublinhou que, no Brasil, entre 2015 — ano em que a lei que tipifica o feminicídio foi promulgada — e 2023, o país registrou 10.600 vítimas de feminicídio, com aumento contínuo das taxas anuais. “O Brasil é o quinto país que mais mata mulheres no mundo entre 196 nações”, afirmou, e acrescentou que “são quatro mulheres assassinadas por dia” no país em contexto de violência de gênero.
A professora relatou ainda que, segundo o 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2025, “64% das mulheres que morrem são negras”, e “70,5% tinham entre 18 e 44 anos”, sendo que “70 em cada 100 mortes foram cometidas por companheiro ou ex-companheiros” e “64,3% dos crimes aconteceram dentro de casa, que seria lugar de segurança dessa mulher”.
No estado de Pernambuco, destacou Valdenice citando dados da Secretaria de Defesa Social, “a média de feminicídios registrados durante os oito primeiros meses do ano foi de um caso a cada quatro dias, com 60 ocorrências até agosto, um aumento de 20% em relação ao mesmo período de 2024”. Pernambuco lidera esse tipo de crime na região Nordeste.
A partir desses números, a professora convidou todos a refletirem não apenas sobre a violência em si, mas sobre “a cultura brasileira machista que tem servido de fundamento para a prática desses crimes contra as mulheres”. Para ela, é urgente avançar em políticas públicas que promovam a igualdade de gênero como instrumento efetivo de prevenção ao feminicídio, chamando atenção para o papel de toda a comunidade universitária na luta contra o machismo estrutural.
Em seguida, a professora Catarina Oliveira, do curso de Direito, partilhou uma experiência pessoal e dolorosa vinculada à história de Izaelma: “Ela foi assassinada pelo ex-companheiro com cinco tiros na frente do filho de cinco anos”, contou, recordando que a mãe a procurou na Universidade em sofrimento físico e emocional, que se expressava inclusive em um inchaço corporal atribuído ao estresse cotidiano que sofria. Segundo Catarina, “nossa aluna Bruna altruisticamente fez a ação de guarda do filho de Izaelma para a mãe dela, avó da criança” e reforçou que o papel da universidade transcende a formação técnica: “É a formação de pessoas melhores”. Em seu pronunciamento, ela afirmou que “não existe liberdade sem fraternidade, não existe igualdade sem fraternidade”, e destacou que o trabalho educativo deve semear valores para uma sociedade verdadeiramente justa, igual, livre e fraterna.
O ato também teve a participação do Reitor da Unicap, Padre Pedro Rubens, que refletiu sobre o significado simbólico do espaço e do gesto coletivo. Recordou que a Capela, repensada e redesenhada para ser um espaço ecumênico, representa abertura à diversidade. Padre Pedro falou sobre a necessidade de atos coletivos para fortalecer a esperança e não se acomodar apenas na oração, mencionando inclusive passagens bíblicas que problematizam o patriarcalismo e a violência de gênero. Para ele, a instalação do banco vermelho “não é para sentar e se acomodar, mas para pensar” e recordou que a Universidade, inclusive em seu vínculo com a Igreja, precisa reconhecer “os erros do passado” ao não ter defendido mulheres de tantas formas de violência. O Reitor propôs que o banco seja circulante na Universidade, como lembrança contínua de que instituições e pessoas devem enfrentar e combater o machismo banal que alimenta a violência.
O coordenador do Instituto Humanitas da Unicap, Padre Lúcio Flávio Ribeiro Cirne, leu um texto de autoria da professora Valdênia Brito que articulou o significado do Dia Internacional dos Direitos Humanos. Ele apontou que, embora a Declaração Universal dos Direitos Humanos seja um “marco civilizatório indispensável” e uma "bússola ética para a promoção da dignidade humana”, ainda há profundas contradições entre os princípios proclamados e as realidades de violação em muitos contextos.
A leitura ressaltou que a efetivação dos direitos humanos não é uma concessão, mas uma construção coletiva, e incentivou a comunidade a aderir à Campanha Internacional do Banco Vermelho, transformando indignações em ações concretas por justiça social. O texto enfatizou também que defender os direitos humanos envolve enfrentar a violência de gênero de forma interseccional, reconhecendo que não haverá defesa plena da mulher sem combater o racismo e o apagamento histórico que atinge populações negras e indígenas.
Encerrando a série de pronunciamentos, o professor Manoel Moraes, coordenador da Cátedra Unesco Unicap Dom Hélder Câmara de Direitos Humanos, conectou o contexto da Declaração Universal aos desafios contemporâneos: 77 anos após sua adoção, lembrou ele, o mundo ainda enfrenta guerras, conflitos e desigualdades profundas que testam a concretização desses princípios. Moraes lançou um chamado à reflexão sobre como direitos humanos podem ser transformados em realidade no cotidiano da Universidade — em ensino, pesquisa e magistério — e agradeceu o empenho do Reitor Padre Pedro em construir um projeto institucional comprometido com a dignidade humana.
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